30 de ago. de 2010

Amanhecer - Jorge Luis Borges

Segue um trecho do poema de Borges que li ontem, e me chamou a atenção.

[...]
Se as coisas carecem de substância
e se esta numerosa Buenos Aires
não passa de um sonho
que erigem em partilhada magia das almas,
há um instante
em que seu ser se vê em desmedido perigo
e é o instante estremecido da aurora,
quando são poucos os que sonham o mundo
e só alguns noctívagos conservam,
acinzentadas e e apenas em esboço,
a imagem das ruas
que depois definirão com os outros.
Hora em que o sonho contumaz da vida
corre o risco de quebranto,
hora em que Deus seria fácil
matar inteiramente Sua obra!
[...]

Um comentário:

Ideias da História disse...

Acho que deus mata a todo instante a sua obra.